- Espera-se que a implantação da tecnologia 5G revolucione as velocidades da internet, oferecendo transmissão de dados até 1.000 vezes mais rápida em comparação às redes anteriores.
- Apesar dos seus supostos benefícios, prevê-se que as redes 5G consumam até 1.000 vezes mais energia do que as redes atuais, o que representa uma demanda energética significativa e desafios ambientais.
- A natureza intensiva de energia do 5G é exacerbada pela escala das necessidades de infraestrutura e hardware, incluindo pequenas células, antenas MIMO, computação em nuvem e a proliferação de dispositivos conectados à Internet.
- O consumo de energia das redes 5G já está sobrecarregando as redes elétricas existentes, conforme mencionado por um estudo de 2020, com equipamentos nas instalações das operadoras muitas vezes incapazes de atender aos requisitos adicionais de energia.
- Até 2030, espera-se que o consumo de energia das redes 5G aumente em 160%, chegando a 51,3 milhões de toneladas de óleo equivalente, semelhante ao consumo de energia da Suécia ou de todas as famílias do Reino Unido em um ano. Abordar essa questão envolve explorar tecnologias mais eficientes em termos de energia e fontes de energia renováveis.
Em meio à revolução digital, o mundo está testemunhando o alvorecer de uma era que promete velocidades de internet extremamente rápidas, conectividade perfeita e a integração da tecnologia em todos os aspectos da vida cotidiana. O lançamento da tecnologia 5G foi aclamado como o prenúncio desta nova era, com sua capacidade de transmitir dados até 1.000 vezes mais rápido do que seus antecessores.
No entanto, oculta sob a superfície dessa maravilha tecnológica está uma ameaça que pode muito bem colocar em risco o futuro: um apetite insaciável por energia que pode consumir até 1.000 vezes mais energia do que as redes atuais.
De acordo com um artigo de 2018 no IEEE Spectrum, “Uma ameaça oculta por trás da promessa de que o 5G fornecerá até 1.000 vezes mais dados do que as redes atuais é que o 5G também pode consumir até 1.000 vezes mais energia”.
Essa dura realidade é trazida à tona pela enorme escala da infraestrutura e do hardware necessários para dar suporte ao 5G, incluindo a proliferação de pequenas células, antenas massivas de múltiplas entradas e múltiplas saídas (MIMO), computação em nuvem e uma explosão de dispositivos conectados à Internet.
Estima-se que uma estação base 5G consuma tanta energia quanto 73 residências, e a demanda por energia deve disparar. Um relatório de 2019 do Small Cell Forum prevê que, até 2025, o número de small cells instaladas será de 70,2 milhões, com 13,1 milhões delas sendo small cells 5G ou multimodo.
Radoslav Danilak, uma figura proeminente na indústria de tecnologia, alertou que o consumo de energia do data center dobrará a cada quatro anos. “O consumo dobrará a cada quatro anos”, ele afirmou, destacando o crescimento exponencial nos requisitos de energia. Esse crescimento exponencial no consumo de energia não se limita apenas aos data centers, mas se estende a todos os componentes da rede 5G, de estações base a pequenas células e redes principais.
5G está começando a prejudicar a rede elétrica
As demandas de energia do 5G já começaram a sobrecarregar a infraestrutura existente.
Roberto Kompany, analista sênior da Analysys Mason, destacou em um relatório de 2020 que os equipamentos nas instalações das operadoras geralmente são inadequados para atender aos requisitos adicionais de energia das redes 5G.
Além disso, a dependência da rede 5G em bandas de ondas milimétricas, que são mais propensas a interferências e exigem uma infraestrutura de rede mais densa, amplifica o problema do consumo de energia.
“Uma estação base 5G geralmente deve consumir cerca de três vezes mais energia do que uma estação base 4G”, observou um artigo de 2019 no IEEE Spectrum. Isso significa que não estamos apenas lidando com um aumento massivo nas velocidades de transmissão de dados, mas também estamos enfrentando um aumento substancial no consumo de energia, uma tempestade perfeita.
As implicações dessa demanda de energia são alarmantes. De acordo com um estudo de 2020 do Data Centre Forum, até 2030, o consumo de energia para redes 5G deve crescer para 51,3 Mtep (milhões de toneladas de óleo equivalente), equivalente a toda a energia consumida na Suécia ou toda a energia usada apenas por residências no Reino Unido naquele ano.
Isso representa um aumento de 160% no consumo de energia entre 2020 e 2030, impulsionado pelas demandas de energia de elementos de rede potentes, pela proliferação de estações de celular 5G e pela flexibilidade das redes 5G em casos de uso tanto para consumidores quanto para empresas.
Fonte: https://www.newstarget.com/2024-12-26-5g-lead-to-collapse-of-power-grids.html