- Uma nova investigação revela que 90% das marcas populares de pasta de dente contêm níveis perigosos de metais pesados como chumbo, arsênio, mercúrio e cádmio, representando sérios riscos à saúde.
- Testes independentes realizados pela Lead Safe Mama encontraram grandes marcas como Crest, Colgate e Tom’s of Maine contaminadas, com alguns produtos excedendo os limites de segurança da EPA para chumbo e arsênico.
- Metais pesados presentes na pasta de dente entram no corpo através das gengivas, inalação ou ingestão, e as crianças correm maior risco de danos ao desenvolvimento, declínio cognitivo e autismo.
- Apesar das descobertas alarmantes, nenhum recall foi emitido, e as empresas defendem seus produtos, enquanto os padrões da FDA continuam muito mais flexíveis do que os limites de segurança para outros consumíveis.
- Os defensores pedem aos consumidores que migrem para marcas verificadas e limpas e pressionam por regulamentações mais rigorosas, já que a negligência corporativa e a supervisão deficiente continuam a colocar em risco a saúde pública.
Em uma revelação chocante que ressalta a contaminação generalizada de bens de consumo diários, uma nova investigação descobriu que 90% das marcas populares de pasta de dente contêm níveis perigosos de metais pesados, incluindo chumbo, arsênio, mercúrio e cádmio.
O estudo, conduzido pela Lead Safe Mama, uma organização independente de testes, analisou 51 produtos de pasta de dente, muitos dos quais são marcas conhecidas como Crest, Colgate, Sensodyne e Tom’s of Maine. Os resultados levantam preocupações urgentes sobre os riscos à saúde a longo prazo representados por essas neurotoxinas, especialmente para crianças, cujos cérebros em desenvolvimento são mais vulneráveis a danos irreversíveis.
Um coquetel tóxico no seu banheiro
Os resultados foram impressionantes: 90% dos cremes dentais testados continham chumbo, 65% continham arsênio, 47% continham mercúrio e 35% estavam contaminados com cádmio. Muitos produtos continham múltiplos metais, agravando os potenciais danos. Essas substâncias são neurotoxinas conhecidas, associadas ao declínio cognitivo, atrasos no desenvolvimento e até mesmo ao autismo em crianças. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirmam que não existe um nível seguro de exposição ao chumbo, mas milhões de americanos, sem saber, ingerem traços diariamente por meio de um produto que usam duas ou mais vezes ao dia.
Os produtos mais contaminados incluíram o pó dental infantil Primal Life Dirty Mouth, que excedeu os limites da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para chumbo e arsênio, e o pó dental Miracle da VanMan, que ultrapassou os limites de arsênio. Até mesmo marcas infantis confiáveis como Hello, Orajel e Tom’s of Maine apresentaram essas toxinas. Apenas cinco produtos, incluindo o creme dental Orajel Training e o creme dental Dr. Brown’s Baby, apresentaram resultados completamente limpos.
Como esses metais entram no corpo
Ao contrário dos alimentos, onde a ingestão é a principal preocupação, o creme dental introduz metais pesados por meio de múltiplas vias. Partículas podem ser absorvidas pela gengiva, inaladas como aerossóis durante a escovação ou engolidas acidentalmente, especialmente por crianças. Tamara Rubin, fundadora da Lead Safe Mama, classificou as descobertas como “inconcebíveis, especialmente em 2025”, observando que órgãos reguladores e fabricantes há muito ignoram os riscos.
A contaminação parece provir de ingredientes comuns em pastas de dente, como hidroxiapatita (frequentemente derivada de ossos de animais), carbonato de cálcio (usado para remover manchas) e argila bentonítica (um limpador natural). Os testes de Rubin revelaram que esses ingredientes crus estavam contaminados, sugerindo problemas sistêmicos de abastecimento. A argila bentonítica, em particular, era uma causa recorrente nos produtos mais tóxicos.
Falhas regulatórias e silêncio corporativo
Apesar dos dados alarmantes, nenhuma das marcas envolvidas anunciou recalls ou reformulações. A Procter & Gamble, empresa controladora da Crest, defendeu seus produtos como “seguros” e em conformidade com os padrões da Food and Drug Administration (FDA). No entanto, críticos argumentam que esses limites são perigosamente frouxos: a FDA permite até 20.000 partes por bilhão (ppb) de chumbo em cremes dentais com flúor, um valor muito superior ao limite de 5.000 ppb da EPA para águas residuais. Em contraste, o limite de chumbo para alimentos para bebês da Califórnia é de apenas 6 ppb, e a paralisada Lei Federal de Segurança Alimentar para Bebês propõe 10 ppb. A maioria dos cremes dentais excedeu esses padrões mais rigorosos.
Várias empresas enviaram cartas de cessação e desistência a Rubin para suprimir suas descobertas, que ela publicou publicamente. Outras rejeitaram os resultados, argumentando que metais traço são inevitáveis por natureza, uma alegação que Rubin chama de “desculpa” devido aos danos comprovados.
Por que as crianças correm maior risco
O corpo menor das crianças e o desenvolvimento do sistema nervoso as tornam muito mais suscetíveis à toxicidade por metais pesados. Mesmo uma exposição de baixa intensidade pode prejudicar o QI, as habilidades motoras e a regulação emocional, com efeitos que duram a vida toda. Mercúrio e cádmio também são cancerígenos associados a doenças renais e danos cardiovasculares. No entanto, marcas como Hello e Tom’s of Maine, comercializadas como alternativas “naturais”, estavam entre as infratoras, traindo a confiança dos pais.
Até que os reguladores endureçam os padrões, os consumidores precisam tomar medidas. A lista “limpa” de Rubin inclui opções sem flúor, como o creme dental Miessence Mint e o creme dental Dr. Brown’s Baby. Os defensores também pedem apoio à Lei de Segurança Alimentar para Bebês, que pode pressionar a FDA a reavaliar os limites para o uso de cremes dentais.
Este escândalo destaca uma crise mais ampla: as corporações priorizam o lucro em detrimento da segurança, enquanto as agências falham em proteger o público. Por enquanto, a responsabilidade de analisar os rótulos recai sobre pais e consumidores, pois a confiança, assim como o chumbo, provou ser tóxica.
Fonte: https://www.newstarget.com/2025-05-14-toxic-heavy-metals-toothpaste-brands-children.html