- Novo estudo de física afirma que o dióxido de carbono (CO2) não pode causar aquecimento ou danos catastróficos, mas sim aumentar a produção global de alimentos.
- Políticas de emissão zero correm o risco de colapso econômico global e agravam a pobreza, de acordo com especialistas climáticos do MIT e de Princeton.
- Um relatório separado da AP alerta que o limite de aquecimento de 1,5 C pode ser ultrapassado no início de 2028, contradizendo conclusões céticas.
- Cientistas do clima entram em conflito sobre o “desequilíbrio energético” da Terra, com debates sobre modelos e impactos políticos se intensificando.
- O governo do presidente Trump busca anular regras climáticas consideradas cientificamente infundadas.
Um novo relatório inovador dos físicos eméritos Richard Lindzen, do MIT, e William Happer, de Princeton, desafia o esforço global por emissões líquidas zero de carbono, afirmando que o dióxido de carbono não representa uma ameaça climática existencial e, de fato, alimenta o crescimento agrícola sustentável. O estudo chega ao mesmo tempo em que a Associated Press relata que o mundo está a caminho de ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C do Acordo de Paris até o início de 2028, levantando questões urgentes sobre a validade da ciência climática e das políticas energéticas.
Lindzen e Happer: CO2 combate narrativas científicas
Lindzen e Happer argumentam que o papel do CO₂ como gás de efeito estufa (GEE) tem sido grosseiramente superestimado, enquanto seu papel essencial na fotossíntese — e, portanto, na produção global de alimentos — é ignorado. “Duplicar o CO₂ atmosférico para 840 partes por milhão aumentaria a produção de alimentos em cerca de 40%, com efeitos insignificantes sobre a temperatura”, escrevem, citando pesquisas revisadas por pares. Seu artigo, publicado em 7 de junho, afirma que os modelos climáticos atuais se baseiam em “evidências não científicas” e em estruturas regulatórias falhas, questionando os custos ambientais e econômicos das metas de emissões líquidas zero.
Os autores criticam o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) por sua alegação de que o CO₂ é responsável por mais de 50% das mudanças climáticas. “As premissas científicas das políticas de emissões líquidas zero demonstraram estar equivocadas”, afirmou Happer no relatório, referindo-se a decisões da Suprema Corte que invalidaram regulamentações “arbitrárias” de agências. Notavelmente, o artigo se alinha com o decreto do presidente Donald Trump, de 9 de junho, que determina que as agências revoguem regras climáticas sem mérito científico.
Projeções inquietantes
Em forte contraste, uma análise da Associated Press sobre dados climáticos emergentes alerta que as emissões globais de CO₂ — projetadas para atingir 46 bilhões de toneladas métricas anualmente — excederão o limite de 1,5°C dentro de três anos. Cientistas liderados por Piers Foster, da Universidade de Leeds, agora preveem uma chance de 50% de ultrapassar esse limite até o início de 2028, acima das estimativas anteriores.
“O desequilíbrio energético que se acelera na atmosfera é preocupante”, disse Zeke Hausfather, da Berkeley Earth, observando que a Terra absorve mais calor do que emite. Críticos, no entanto, contestam a precisão do modelo. O climatologista Jonathan Overpeck, da Universidade de Michigan, reconheceu as conclusões do relatório, mas concordou com Andrew Dessler, da Texas A&M, que chamou a meta de 1,5°C de “ambiciosa” e alertou contra o “pânico”.
Políticas de emissão zero: suicídio econômico ou mitigação necessária?
O estudo do MIT-Princeton alerta que os esforços para eliminar os combustíveis fósseis até 2050 prejudicariam “desastrosamente” as economias globais, especialmente as populações de baixa renda que dependem do carvão, petróleo e gás para sua segurança energética. Lindzen e Happer enfatizam que os benefícios do CO₂ para a agricultura superam os danos climáticos especulativos. “A redução das emissões de CO₂ coloca em risco o abastecimento de alimentos e o bem-estar público”, argumentam.
Essa postura ecoa as críticas às regras climáticas “ilegais” do governo Biden, que a Casa Branca de Trump busca derrubar. O artigo destaca a ironia das rivalidades geopolíticas alimentadas por políticas energéticas: a influência da Rússia durante a guerra na Ucrânia, as táticas da Arábia Saudita para aumentar o preço do petróleo e os altos custos de energia na Europa.
Uma encruzilhada histórica
O debate gira em torno de interpretações conflitantes dos sistemas climáticos da Terra. Lindzen e Happer reformulam o CO₂ não como uma ameaça existencial, mas como um agente “verdejante”, citando dados de satélite que mostram o aumento da vegetação global. Enquanto isso, os modelos do IPCC projetam desastres crescentes na ausência de uma descarbonização drástica.
Historicamente, tratados climáticos como o Acordo de Paris de 2015 têm lutado para alinhar intenção e impacto. O extinto Plano de Energia Limpa dos EUA e o imposto de carbono na fronteira da UE são exemplos de políticas que pesquisadores culpam pela inflação, desigualdade econômica e escassez de energia.
A linha entre ciência e ideologia
Enquanto formuladores de políticas se deparam com estudos conflitantes e tensões geopolíticas crescentes, o debate climático espelha cada vez mais uma batalha pela autoridade científica — e por quem detém o poder de defini-la. Para céticos como Lindzen, os riscos são claros: “As regras de emissões líquidas zero se baseiam em alarmismos não científicos”, insiste ele, defendendo o livre mercado em vez do “pânico climático”. Enquanto isso, cientistas como Forster pedem ações urgentes, mesmo com a persistência das incertezas.
O mundo agora enfrenta uma escolha crucial entre duas visões: abraçar o papel vital do CO₂ e, ao mesmo tempo, mitigar os riscos climáticos reais, ou adotar políticas de zero emissões líquidas que, segundo os críticos, sacrificam a prosperidade atual em troca de ganhos futuros incertos. Com prazos se aproximando e emoções à flor da pele, o debate sobre 1,5°C exigirá mais do que consenso — exigirá um acerto de contas com a história conturbada da humanidade na gestão do delicado equilíbrio da Terra.
Fonte: https://www.newstarget.com/2025-06-24-carbon-dioxide-climate-threat-or-agricultural-savior.html